The Bangles foram uma das bandas femininas mais marcantes do pop-rock dos anos 80, combinando energia, harmonias vocais distintas e um carisma que rapidamente conquistou o público. Antes da fama internacional, eram quatro jovens a movimentar-se pelo cenário musical vibrante de Los Angeles, criando um som próprio que misturava guitarras luminosas e melodias contagiantes.

A formação clássica incluía Susanna Hoffs (voz e guitarra), Vicki Peterson (guitarra e voz), Debbi Peterson (bateria e voz) e Michael Steele (baixo e voz). Apesar do nome, Michael Steele é mulher e foi anteriormente membro das Runaways. Antes de se chamarem Bangles, começaram como The Bangs, mas mudaram o nome devido a questões legais.

O início da carreira aconteceu nos clubes de LA, onde lançaram um single autofinanciado que lhes abriu portas na cena alternativa. Pouco depois, assinaram com a IRS Records, a mesma editora das Go-Go’s, e lançaram o álbum All Over the Place em 1984. Apesar de não ter sido um sucesso estrondoso, chamou a atenção de Cyndi Lauper, que as levou em digressão, e de Prince, que lhes ofereceu Manic Monday, música que se tornaria um dos grandes êxitos da década.

O verdadeiro salto para a fama deu-se com o álbum Different Light, lançado em 1986. Manic Monday tornou-se um fenómeno mundial e Walk Like an Egyptian atingiu o topo das tabelas, acompanhada por um videoclipe muito popular. O álbum vendeu milhões e transformou o grupo num dos nomes mais reconhecidos do pop-rock daquela época. Uma das características que mais distinguiu as Bangles foi o facto de todas cantarem e terem protagonismo, alternando com facilidade entre sonoridades pop, rock e influências psicadélicas.

Em 1988 lançaram Everything, que incluiu temas como In Your Room e Eternal Flame, esta última interpretada por Susanna Hoffs e hoje considerada uma das baladas mais icónicas do pop. No entanto, apesar do sucesso, surgiram tensões internas e divergências criativas, levando à separação do grupo em 1989, pouco depois do lançamento da compilação Greatest Hits.

O regresso aconteceu em 2000, já com uma nova fase criativa e uma abordagem mais madura. O álbum Doll Revolution, de 2003, marcou o reencontro com o público, seguido por Sweetheart of the Sun em 2011, onde exploraram influências de folk-rock californiano e harmonias mais trabalhadas.

Atualmente, as Bangles são lembradas como uma das bandas femininas mais talentosas da história do pop-rock, influenciando gerações posteriores e mantendo um repertório cheio de canções que continuam a soar em rádios, playlists e bandas sonoras.

A sua energia, autenticidade e qualidade musical tornaram-nas inesquecíveis e consolidaram o seu lugar na história da música.

Fonte:
1993, Temas da Actualidade
1992, Editora Planeta – De Agostini, S.A.
Aquivo Fotográfico do Instituto Geográfico de Agostini