Os Aerosmith são, sem dúvida, um dos nomes mais influentes do hard-rock norte-americano. Com uma carreira marcada por altos e baixos, mudanças internas e renascimentos inesperados, conseguiram construir uma história que atravessa gerações e continua a marcar presença nas listas, palcos e memórias dos fãs.
Das origens aos primeiros clássicos
A formação da banda remonta a 1972, quando o vocalista Steven Tyler e o guitarrista Joe Perry se juntaram em New Hampshire, rapidamente complementados pelo baterista Joey Kramer, pelo guitarrista Brad Whitford e pelo baixista Tom Hamilton. Com fortes influências de blues-rock e inspirados por nomes como os Yardbirds e os Rolling Stones, o grupo mudou-se para Nova Iorque, onde a sua actuação no lendário Max’s Kansas City lhes garantiu um contrato discográfico com a Columbia Records.
Em 1973, lançaram o álbum de estreia, que incluía o single Dream On, canção que lentamente se tornaria um dos hinos mais icónicos da banda e uma das baladas mais emblemáticas do rock.
A afirmação nos anos 70
O segundo álbum, Get Your Wings (1974), consolidou a sonoridade energética dos Aerosmith. Canções como Same Old Song and Dance e Lord of the Thighs mostravam uma banda carregada de atitude e criatividade.
Mas foi com Toys in the Attic (1975) que o grupo deu o verdadeiro salto. Este álbum trouxe uma mistura poderosa de hard-rock musculado e riffs memoráveis, mostrando ao mundo que os Aerosmith eram mais do que uma promessa. Nele surgiu também Walk This Way, música que, anos mais tarde, ganharia nova vida graças à colaboração com os Run-D.M.C.
Em Rocks (1976), a banda atingiu o auge do período clássico. Com temas como Back in the Saddle ou Last Child, o disco recebeu aclamação da crítica e tornou-se um marco do rock pesado da década.
Turbulência e declínio
Apesar do enorme sucesso, o final dos anos 70 trouxe problemas internos, desgaste e tensões. O estilo de vida excessivo e conflitos criativos acabaram por abalar a estabilidade do grupo, levando a uma quebra da qualidade e da coesão nos discos seguintes.
O renascimento inesperado
Já nos anos 80, após um período difícil e com alterações temporárias na formação, os Aerosmith voltaram a reencontrar consistência. O relançamento de material ao vivo em Classics Live I (1986) e Classics Live II (1987) reacendeu o interesse do público.
A resposta definitiva chegou com Permanent Vacation (1987), álbum que marcou o regresso ao topo das tabelas e relançou a carreira da banda a nível mundial. Hits como Dude (Looks Like a Lady) e Angel mostraram uma versão renovada e mais madura do grupo.
Ao longo de mais de cinco décadas, os Aerosmith mantiveram-se como um dos pilares do hard-rock, misturando blues, atitude, carisma e uma longevidade rara no mundo da música. A sua marca estende-se do espírito rebelde dos anos 70 ao rock radiofónico dos anos 80 e 90, sempre com a mesma energia inconfundível.
A história dos Aerosmith é a prova viva de que, mesmo após quedas, crises e mudanças, uma verdadeira banda lendária consegue renascer e reinventar-se — e continuar a fazer tremer palcos em todo o mundo.
Fonte:
1993, Temas da Actualidade
1992, Editora Planeta – De Agostini, S.A.
Aquivo Fotográfico do Instituto Geográfico de Agostini
