John Mellencamp, nascido a 7 de outubro de 1951 em Seymour, Indiana, tornou-se um dos nomes mais marcantes do heartland rock. Com letras que refletem a vida da classe trabalhadora e uma sonoridade crua, conquistou um lugar único ao lado de artistas como Bruce Springsteen e Tom Petty.
A sua juventude foi turbulenta: rebelde, aventureiro e frequentemente em confronto com a autoridade, Mellencamp encontrou na música um escape. Aos 14 anos já tocava em bares locais, inspirado pelo soul de James Brown e Wayne Cochran. A experiência em palco cedo lhe mostrou que o caminho seria artístico, apesar das dificuldades.
Casou-se jovem com Priscilla Esterline, com quem teve a filha Michelle em 1970. Apesar dos desafios pessoais e financeiros, manteve-se determinado a viver da música. O início da carreira foi marcado por frustrações e pela imposição da sua editora em usar o nome artístico Johnny Cougar, algo que só mais tarde conseguiu abandonar.
O sucesso chegou em 1982 com o álbum American Fool, que incluía os êxitos Jack & Diane e Hurts So Good. A partir daí, Mellencamp firmou-se como cronista da vida americana comum, explorando temas como o amor, o trabalho e a luta diária de quem vive fora dos grandes centros urbanos.
Nos anos seguintes, reforçou o seu estatuto com discos como Scarecrow (1985) e The Lonesome Jubilee (1987), em que misturava rock, folk e country. As suas canções tornaram-se hinos de resiliência, celebrando as raízes culturais do interior dos Estados Unidos.
Para além da música, Mellencamp destacou-se pelo ativismo. Em 1985, cofundou o Farm Aid, ao lado de Willie Nelson e Neil Young, para apoiar agricultores em dificuldades. O evento anual transformou-se numa instituição, unindo música e causas sociais.
Já com mais de quatro décadas de carreira, Mellencamp continua ativo não só como músico, mas também como pintor e figura cultural de referência. A sua autenticidade mantém-no próximo do público, que reconhece nele uma voz honesta e sem adornos artificiais.
Mellencamp é mais do que um cantor de êxitos: é um contador de histórias e um símbolo da América profunda, alguém que nunca se afastou das suas origens. A sua música, simultaneamente simples e poderosa, continua a ecoar como um retrato fiel da vida real.
Fonte:
1993, Temas da Actualidade
1992, Editora Planeta – De Agostini, S.A.
Aquivo Fotográfico do Instituto Geográfico de Agostini