Se os anos 60 tiveram os Beach Boys e os anos 70 os Eagles como grandes bandas americanas, os anos 80 viram surgir os R.E.M., considerados a banda alternativa mais importante da década. Com raízes em Athens, Geórgia, os quatro membros – Michael Stipe (voz), Peter Buck (guitarra), Mike Mills (baixo e teclados) e Bill Berry (bateria) – começaram a sua jornada em 1980, movidos por uma energia criativa que rapidamente conquistou público e crítica.
O grupo destacou-se no circuito underground norte-americano, criando um estilo único que unia guitarras limpas, letras enigmáticas e uma sonoridade fresca que fugia ao excesso da música comercial da época. Apostaram sempre na qualidade e numa identidade própria, recusando fórmulas fáceis de sucesso imediato. Essa postura permitiu-lhes ganhar credibilidade e um público fiel, tornando-se símbolos de uma cena alternativa que desafiava o mainstream.
Em 1982, os R.E.M. assinaram com a IRS Records, gravando os primeiros trabalhos que já revelavam o seu potencial. Nos anos seguintes, lançaram álbuns marcantes como Murmur (1983), Reckoning (1984) e Document (1987), este último a abrir as portas para uma maior visibilidade mediática. Apesar do crescente sucesso, mantiveram-se fiéis ao seu estilo, equilibrando o som característico das guitarras de Buck com a voz inconfundível de Stipe.
A viragem definitiva deu-se no início da década de 90. Com o álbum Out of Time (1991), que inclui o êxito mundial “Losing My Religion”, os R.E.M. passaram de fenómeno alternativo a referência global. O disco foi um sucesso de vendas e colocou a banda no centro do panorama musical internacional, sem que perdessem a autenticidade que os tinha tornado especiais.
A força dos R.E.M. esteve sempre na sua capacidade de combinar acessibilidade e integridade artística. As letras carregadas de metáforas, a sonoridade distinta e a recusa em seguir tendências fáceis transformaram-nos numa das bandas mais influentes da sua geração.
Nos anos seguintes, consolidaram a sua posição com álbuns como Automatic for the People (1992), que trouxe clássicos como “Everybody Hurts”, e Monster (1994). Assim, os R.E.M. não só representaram uma nova forma de entender o rock americano, como também se tornaram pioneiros naquilo que viria a ser conhecido como rock alternativo.
Mais do que uma banda de sucesso, os R.E.M. foram um símbolo de resistência artística, provando que é possível crescer sem abdicar de autenticidade.
Fonte:
1993, Temas da Actualidade
1992, Editora Planeta – De Agostini, S.A.
Aquivo Fotográfico do Instituto Geográfico de Agostini